Réveillon de Boipeba tem acusação de favorecimento a produtora e disputa judicial

 

Com o fim do ano mais próximo, aliado ao avanço da vacinação contra a Covid-19, as produtoras de eventos já se organizam com a possibilidade da realização de festas de Réveillon. Em Cairu, município onde fica a ilha de Boipeba, no baixo sul do estado, porém, a situação já causa confusão. No lugar das empresas que costumam fazer produzir ps festejos da cidade, a prefeitura autorizou uma nova organização no local.

Segundo as produtoras impedidas de fazer a festa, sem alvará concedido pela administração municipal, a escolha da empresa foi injusta e não seguiu critérios claros. Sem nunca ter feito uma festa de réveillon na cidade, a empresa escolhida, a Oquei Entretenimentos, é suspeita de ter membros com alguma ligação com o prefeito.

Além disso, é questionada a concessão de três alvarás da prefeitura para a empresa, de portes diferentes: pequeno, médio e grande. Para cada cidade, há a autorização de uma festa por porte, segundo a portaria 001/2019 da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do município. Sem a necessidade de mais de uma autorização por evento, a administração justificou, em nota oficial enviada ao Metro1, que “este ano excepcionalmente, por conta da pandemia, o município resolveu liberar apenas um [evento] por localidade” e que, por isso, deu todos os alvarás para a mesma empresa.

A seleção, ainda de acordo com a nota da prefeitura, foi feita “por ordem de inscrição”. A justificativa, porém, é contestada por Guga Roselli, dono da produtora Mareh, empresa que faz festas de ano novo há 15 anos na cidade. “Já temos uma inconsistência, já que estamos desde o ano passado conversando com a prefeitura”, diz.

O dono da Mareh, que já judicializou a situação, conta que recebeu o alvará para a realização da festa em 2020, mas não pôde fazê-la por causa da pandemia do coronavírus. Sendo assim, postergou o evento para este ano e, desde janeiro, tem entrado em contato com a prefeitura. Na época, revela Roselli, “eles disseram que a pandemia estava muito ruim ainda e que não tinha como falar do evento. Depois de muita insistência, em junho, aceitaram me receber e indeferiram o processo, dizendo que deram o alvará para outra empresa”.

Questionado sobre a Oquei, Guga afirmou que a empresa “nunca executou esse tipo de evento, nem em Boipeba nem em outro lugar''. “Me parecem inexperientes, nem conhecem a ilha, foram apresentados agora aos lugares”, completa, indicando mais uma inconsistência na escolha da prefeitura.

Há rumores na cidade, de uma possível ligação entre alguns membros da empresa e o prefeito de Cairu. Segundo o dono de uma pousada de Boipeba, que pediu para não ser identificado, “o que se fala é que vai acontecer em um terreno privado na praia de Bainema, que pertence ao pai da vice-prefeita, esposa do prefeito. As pessoas estão achando que está tendo algum tipo de interesse”.

“Todo o trade turístico estava se preparando para o que costuma acontecer e ficamos surpresos ao saber que vai ser uma nova festa na ilha, com atrações e um público diferentes, fugindo de toda a nossa expectativa. Tem pousada que estava cheia com o público que esperava as festas que costumam acontecer aqui e agora estamos preocupados com o cancelamento das hospedagens”, lamenta o pousadeiro.
O Metro1 entrou em contato com a Oquei Entretenimentos, mas ainda aguarda uma resposta.

Comentários